quarta-feira, novembro 3

A “Facilitação Quantitativa” de Obama

Se você leu o artigo abaixo do Prof. Bresser-Pereira, você já sabe do que se trata e quais os prós e contras da dita cuja.
Nos últimos anos, o período Lula foi abençoado (?) por uma enxurrada de liquidez que causou a recente crise mundial. Era de se esperar: não dá para enriquecer dinheiro indefinidamente sem produzir, só trocando papéis.
Donde, a invasão de dólares que está desnacionalizando a nossa economia e financiando os negócios bancários, as prestações a perder de vista, etc.
O preço imediato disso são os juros altos, mas quem se importa, desde que caiba no salário, quer dizer, no balanço de pagamentos antes de se computarem as despesas normais do Governo – o chamado superávit primário? A prioridade, isso está claro, é o interesse dos bancos, e os demais interesses do País vêm depois, com o que sobra.
O “Quantitative Easing” de Obama pode dar certo, Deus queira. E que nós possamos, como sempre, receber umas lascas das sobras.
Mas você sabe o que quer dizer isso? Facilitação Quantitativa quer dizer que o Governo Americano vai imprimir dólares em vez de simplesmente colocar no mercado títulos da dívida pública. Quando o Juscelino fez isso para construir Brasília, a UDN propôs “impeachment” ou deposição, isto é, um golpe de estado. Deu Jacareacanga, que não deu em nada, mas podia ter dado.
Mas, se o Governo Americano inundar o mercado de dólares, a inflação mundial vai aumentar, a guerra cambal vai ser impossível de evitar, as reservas brasileiras, de que tanto nos orgulhamos, não vão valer grande coisa. Vai haver mais dólares sobrando, vai aumentar o fluxo de capital especulativo para o Brasil, o Real vai ser mais valorizado – a não ser que haja uma mudança importante na condução de nossa política econômica.
Será possível isolar o Brasil desses perigos?
Uma herança maldita para a Dilma. E não adianta culpar o Lula.

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