Ontem, dia 9 de dezembro, a chuva parou São Paulo. Foi um sinal dos tempos, uma espécie de começo do fim. O coroamento de uma permanente e atávica miopia dos nossos políticos. Não existe solução para os problemas estruturais de São Paulo. As coisas só podem piorar com o tipo de administração que temos tido desde não sei quando.
Mas não era sobre isso que eu queria escrever. Existem ocasiões em que os nossos políticos perdem uma excelente oportunidade de calar a boca (aliás, eu, particularmente, acho que deviam se calar para sempre).
Teve aquela do FHC, que, sem que ninguém estivesse questionando seus ancestrais, disse que também tem "um pé na cozinha". Muito democrático isso, uma vez que todos nós somos mestiços, mas fica claro que lugar de preto é na cozinha.
E depois existem várias do Lula. Lula pode falar qualquer besteira que ninguém estranha, é mais ou menos normal e esperado. Mas a coisa não pegou bem quando ele deu aquela entrevista na Europa, durante o episódio do mensalão, dizendo que afinal o PT fazia o que todos fazem.
Pior ainda ficou depois que ele voltou ao Brasil e disse que não sabia de nada.
Ou agora, recentemente, afirmando que "imagens não falam por si só[s]".
E agora o Kassab. No dia de uma catástrofe pluvial que nos deu um "trailer" da inviabilidade da "cidade que mais cresce" com uma absoluta falta de planejamento, nas mãos da especulação imobiliária - pois é, com 105 pontos de alagamento, quase 100 mm de chuva desabada de repente, mortos e destruição de barracos - vem ele e afirma que o caos teve seu ponto positivo, uma vez que "as obras contra as chuvas já estão dando resultado".
Pois é. Mais um pouco de obras e São Paulo vira a Atlântida.
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