terça-feira, outubro 20

A ninguém é dado conhecer o futuro

Uma das premissas da metodologia de Cenários é que, a longo prazo, é impossível prever o futuro. Ignoramos o que pode acontecer até lá e qualquer projeção a partir da situação atual pode revelar-se fútil, pela interveniência de fatores imprevistos e pela mudança do entorno da situação.

Um assim chamado "Futurista" é uma pessoa que aceita esse fato e que aprendeu a conviver e a trabalhar com dúvidas e paradoxos.

Em Cenários, em vez de extrapolar a partir do conhecimento e das certezas atuais e de procurar maximizar o acerto e a confiança, examinamos alternativas duvidosas que cubram as grandes áreas de incertezas que nos impedem de prever o futuro.

Falamos, então, de futuros alternativos – assim no plural – cuja utilidade é nos facilitar a busca de estratégias que, se adotadas hoje, poderão nos beneficiar e proteger sob várias hipóteses e dúvidas.

Deixemos de lado, portanto, o desejo de acertar e de antever alternativas desejáveis e indesejáveis, prováveis e improváveis. Se pudéssemos avaliar as probabilidades de um evento que ainda não aconteceu, naturalmente escolheríamos a hipótese mais provável. Estaríamos fazendo previsões, caso em que a sistemática de Cenários não é a melhor.

Em vez disso, examinemos os futuros alternativos que demarcam o nosso campo de incertezas. Sabemos que quase certamente nenhum desses cenários se realizará, a não por imprevisto acaso. Mas esperamos que, no seu conjunto, eles nos auxiliarão a preparar-nos e a treinarmos para o futuro, imprevisível, que um dia fatalmente teremos de viver.

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