Uma situação crítica nos Estados Unidos é uma ameaça para todo o mundo – inclusive o Brasil
Um artigo de Christia Freeland na revista Atlantic (Jan/Feb 2011, pg 44) começa assim:
Se aconteceu de você estar assistindo à NBC no primeiro domingo de Agosto, no período da manhã, no verão passado, você teria visto uma coisa curiosa.
Ali, no cenário de Meet the Press, o âncora, David Gregory, estava entrevistando um convidado que expunha com vigor a tese de que a Economia norte-americana tornou-se “muito distorcida”.
Após a recessão, esse entrevistado explicou, as pessoas que possuem os maiores rendimentos, os grandes bancos e as corporações gigantescas tiveram “uma recuperação significativa”; o resto da Economia, ao contrário – inclusive os pequenos negócios e “uma parcela importante da força de trabalho” – foi atingida [pela crise] e ainda está lutando [para recuperar-se].
O que vemos hoje, argumentou ele, não é uma Economia, mas “fundamentalmente dois tipos separados de Economias”, cada vez mais distintas e divergentes.
...
O que torna essa argumentação mais chocante neste caso é que ela estava sendo apresentada por ninguém menos do que aquele que foi, durante cinco mandatos consecutivos, o Presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan: ícone do liberalismo, defensor preeminente do mercado livre...
Quando o próprio sumo sacerdote do capitalismo declara que o crescimento da desigualdade econômica constitui uma crise nacional, é sinal de que alguma coisa vai muito, muito mal.
A desigualdade social nos Estados Unidos sempre foi grande e cresce ainda mais. Mas, pelo que me dizem, o Brasil continua ganhando nesse item. Isto é, é um dos países mais desiguais do mundo.
Seria isso uma crise, no nosso caso?
Ou é apenas a vida como sempre foi?
PMA jan 2011
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