De ontem para hoje faltou luz.
Faltou em São Paulo (capital e interior), Rio de Janeiro, Vale do Paraíba, Espírito Santo, Baixada Santista, partes de Minas, Brasília, Goiás, Mato Grosso, Acre e Paraguai.
São Paulo e Rio ficaram totalmente sem luz durante horas. Caíram os serviços telefônicos, caíram as redes de celulares, as ruas ficaram às escuras, as escolas botaram os alunos na rua e eles não sabiam para onde ir. Os semáforos não funcionavam e deu um nó tal no trânsito que tudo parou.
Começaram os assaltos na rua. As lojas botaram os clientes para fora e baixaram as portas. No Rio, houve arrastões. O rádio recomendava às pessoas que se abrigassem em casa, que seria mais seguro.
Só o rádio à pilha funcionava e a CBN buscava descobrir o que estava acontecendo. Mas não conseguia. Ninguém sabia de nada ou quem sabia não estava de plantão para dizer.
O quê houve, o quê? Terrorismo, invasão de alienígenas de Marte ou das favelas, o quê? A Polícia foi mobilizada, mas de quê adiantava se ela não podia se mover na confusão que se instalou em várias de nossas maiores cidades?
Na busca de respostas, nenhuma se achava.
Até que as quatro pessoas mais diretamente responsáveis pelos nossos destinos nessa crise, que estavam reunidas em Brasília, convocaram uma entrevista coletiva com a imprensa. Ah, agora vamos ter algum esclarecimento!
Para montar a entrevista, vocês sabem, não havia problema de falta de luz, afinal eles não estavam em nosso País, eles estavam reunidos em Brasília, na sede do Governo, onde tudo é plácido e as tempestades são brisas e marolas.
À entrevista estavam presentes as figuras mais diretamente responsáveis por esclarecer a situação: o Presidente da República, o Ministro de Minas e Energia, os Governadores do Rio e do Espírito Santo, dois dos Estados mais afetados pelo apagão.
E então anunciaram solenemente que haviam acabado de negociar um acordo pelo qual os Estados de frente para a bacia do Pré-Sal receberiam 25% da receita eventual e futura do Pré-Sal e não apenas os 18,5% inicialmente previstos.
Apagão? Falta de energia? Emergência nas principais cidades e nas Regiões Sudeste e Sul? Que emergência? Eu estava negociando coisas mais importantes e havia dado ordens para não me interromperem!
Hoje, dia 11, quarta-feira, Lula foi claro: declarou que este não tem nada a ver com o apagão de 2001, que foi o apagão do FHC, tão criticado por ele na campanha eleitoral subsequente. E Tarso Genro põe a coisa nos devidos lugares: foi só um incidente menor, apenas 18 Estados foram afetados. Pois a Dilma Roussef não havia garantido há duas semanas que não existia mais qualquer perigo de apagão?
Este apagão é outro, é o apagão do Lula - por favor, não confundam.
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