No começo deste mês, postei aqui "Indústria Nacional, Aqui e Acolá", narrando um incidente que me fez pensar sobre as diferenças culturais entre o que é e o que não é nacional (ver mais abaixo, dia 7 de agosto).
A esse propósito, citei exemplos de como foram cortadas as perspectivas de desenvolvimento de uma indústria realmente nacional, enquanto o Governo ofereceia vantagens e isenções aos investimentos de empresas multinacionais aqui no Brasil. Lamentei o sucateamento do Romi-Isetta, o primeiro carro de passageiros fabricado no Brasil, com capital nacional das Indústrias Romi.
Na época, o projeto Isetta parecia-me particularmente adequado ao Brasil. Já tinha linha de produção funcionando. Era barato, o que potencialmente poderia abrir um enorme mercado incluindo uma classe média maior do que aquela que podia ter acesso ao Fusca ou ao Renault - portanto, teria importância estratégica no nosso desenvolvimento. Era econômico, numa época em que o Brasil importava quase todo o petróleo que consumia (a despeito de o petróleo, na ocasião, ser uma commodity barata). Era pequeno, fácil de manobrar e de estacionar, o que o tornava adequado às nossas cidades em crescimento, num processo de urbanização.
Agora, na Europa, estão descobrindo a linha a ser seguida pelos carros do futuro, a fim de resolver os problemas mundiais de aquecimento global, poluição, espaço para estacionamento, congestionamentos de trânsito, etc.
A revista Wired é uma espécie de bíblia dos profissionais de prospectiva focados nas inovações tecnológicas. Vale a pena visitar o link http://www.wired.com/autopia/2010/08/a-new-isetta-to-solve-transportation-woes/
O artigo não menciona, mas vários desses projetos (já em andamento) estão sendo refeitos para uso de energia elétrica, como híbridos ou como carros elétricos propriamente ditos.
PMA/ago 2010
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